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A busca pela Busca perfeita

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Em busca do search perfeito

Não há nada escrito na pedra, principalmente no digital. E, até mesmo um setor completamente consolidado, como é o caso das buscas, pode também sofrer uma disrupção. Sim, existem empresas (pequenas e grandes) que estão querendo tomar o lugar do Grande G no buscador, amparadas, logicamente, por uma mudança profunda do comportamento dos usuários com relação ao digital.

Tava bom, mas parece que piorou

O ponto inicial da nossa search é, na verdade, falar um pouco sobre como o mecanismo do Google mudou desde 1999. Ou melhor, desde 2005. Um pessoal do Washington Post refez o caminho de uma mesma pesquisa para a palavra “t-shirt” no buscador ao longo do tempo, a transformação da página de resultados é visível: no lugar dos links mais relevantes, links pagos, promoções de produtos na aba de Shopping, indicação de lugares no mapa, deixando a informação sobre as camisetas no segundo ou terceiro scroll de página. A transformação tem um motivo que não apenas os ads: o Google tem, cada vez mais, investido em suas outras ferramentas, como o Maps e também o shopping que vem ganhando ainda mais destaque na estratégia do Google, já que os players de Commerce estão avançando fortemente em Ads, como por exemplo, mas não somente, a Amazon. Para os 88% de mercado que usam o buscador da Big G (sim, isso tudo), esse tipo de novidade, sobre como as buscas estão cada vez mais enviesadas, não está sendo tão bem recebido…

Inside Job

Daí vem a história de Sridhar Ramaswamy: um ex-executivo do Google que resolveu apostar diretamente contra a sua ex-empresa. Literalmente. Sridhar criou o Neeva, um buscador alternativo ao Google, que se vale de um serviço de assinatura para poder dar os resultados sem ads ou “captura de dados”. Segundo Sridhar, qualquer produto que acabe baseando toda sua receita em ads acaba tendo que comprometer o seu funcionamento em nome da publicidade. O mais irônico disso tudo é que Ramaswamy chefiava, exatamente, a área de publicidade digital do Google…. Além de conectar as buscas na internet, o Neeva também cria uma ligação com os arquivos que o usuário tem em nuvem, o que significa que a pessoa pode pesquisar no buscador e achar um arquivo seu do docs, por exemplo. Tudo em um só lugar. Por estar conectado com tudo da pessoa, a ideia é que a pesquisa fique cada vez mais personalizada. Um exemplo: se você sempre recebe o Morse (e lê, lógico…) e quer pesquisar algo que a gente te mandou lá no começo do ano, dá para usar esse buscador. Isso porque há um entendimento por parte da Neeva de que a maneira das pessoas procurarem na internet mudou, e que, com a vida cada vez mais digitalizada, não adianta mais a pesquisa mostrar apenas sites (ou apenas ads).

It`s all business, right?

Quer falar sobre mudança no comportamento de pesquisa? O e-commerce pode confirmar com toda certeza! Isso porque, no ano passado, 74% dos norte-americanos começaram a pesquisa de produtos pela Amazon. Nessa pesquisa do eMarketer, o share é um pouco menor: 53%, ainda assim, já é bem significativo; principalmente porque segundo estes dados apenas 23% dos norte-americanos projetam pesquisar produtos que irão comprar em sites de busca geral.O eMarketer já prevê que a Amazon vai deter 22% do total de receitas de ads para search até 2020, pegando diretamente a fatia do Google (que, atualmente, tem quase 60% desse bolo). Hora de lembrar que, por aqui no Brasil, uma das muitas empresas que a Magazine Luiza comprou nos últimos meses, foi exatamente a SmartHint, uma startup que cria algoritmos e inteligência artificial para deixar o sistema de busca do site mais afinado.

Podcast e voz

Falando em afinação e aquisições, nos lembra o Spotify, que comprou, faz nem uma semana, a Podz, uma empresa que ajuda a segmentação e a busca de podcasts – a partir de um sistema que entende a voz. Para alguns, inclusive, está aí o próximo campo de batalha do search: aquela empresa que conseguir dominar o entendimento de áudio e a resposta para a voz, será a que vai dominar os mecanismos de busca na próxima década. Segundo pesquisa da Adobe, usuários de smart speakers perguntam para o aparelho buscar música 70% do tempo – e fazem perguntas 53% do tempo. Difícil não citar a Amazon novamente aqui. Mas vamos fazer algo diferente, deixando uma pergunta: você já pensou como será o SEO quando as buscas forem por voz?! Ou então, como seria a arquitetura de de paid search na voz? Na tela do computador, ou smartphone, já é um pouco chato ficar “pulando” os links patrocinados até chegar no conteúdo orgânico (ou que deveria ser…) agora imagina o seu Smart Speaker narrando 3 a 5 anúncios em áudio antes de responder a sua pergunta…

Bing this

Abrindo uma nova “query” no mundo de buscas está um velho desconhecido: o Bing, site de buscas da Microsoft. E atual terceiro lugar no marketshare do segmento. A ferramenta ressurgiu na conversa quando a Austrália passou uma lei, lá no começo do ano, exigindo que plataformas digitais, como sites de busca e redes sociais, paguem para as produtoras de notícia para colocar os seus links no resultado. A discussão toda, que levou a um bloqueio temporário da função de compartilhar notícias do Facebook no país, colocou o Bing em oposição ao Google. Isso porque o buscador da Microsoft foi completamente a favor da lei. Isso nos leva a comentar que, uma pesquisa feita pela universidade australiana Monash mostrou que, no quesito busca de notícias, o Bing se sai melhor do que o Google. Segundo essa pesquisa, o termo “Grace Tame”, nome de uma ativista do país, mostrou 94% de notícias de sites profissionais no resultado do Bing, contra 70% do Google.

Para pesquisar e pensar

Cada vez mais as pessoas estão se acostumando a pagar por conteúdo e serviços digitais. Da pirataria das músicas e filmes ao Spotify e Netflix, passando por assinatura de serviços diversos, o mundo do “nós não vamos pagar nada” da internet vem mudando. Aí fica a provocação: você já parou para pensar o quanto as buscas que você faz, e principalmente o resultado delas, influenciam as decisões importantes da sua vida? Não estaria na hora de pagar por elas ao invés de ficar à deriva das respostas patrocinadas?

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